terça-feira, julho 04, 2006

Barco à deriva

Dentro de mim turbulento
Encontro sufocado o terror das coisas,
O encrespar das ondas,
O vento ruidoso nas agulhas dos pinheiros,
Eco solitário largado ás montanhas.

E no turbilhão sufocante
A vontade dilacerante
De vociferar às coisas e às gentes
Que sou mais que calados
Sorrisos e dentes,
Que sou mais que a que passa
Sem marca, sem cunha ou carimbo,
Que estou apenas
Em tempo desavindo
Procurando caminho e terra firme
Para atracar.

Pois que este batel não está encalhado,
Está à deriva navegado,
Feito da casca dos pinheiros,
Do sal dos marinheiros
De ecos sem retorno lançados ao horizonte.

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