sexta-feira, janeiro 05, 2007

Um colo no silêncio

Abraçamos o nada do silêncio
Tão cheio das nossas bocas,

Sem corrupção ou intentos duvidosos,
Agarramos o momento até aos ossos,
E pouco importa,
O que dizem da carne e do pecado,
Fechou-se a porta,
E ficamos, lado a lado.

E que importa se o momento
Não é para sempre,
Sei que eu tenho, também,
Uma alma decadente
Feita de mel e de fel,
Que canta neste tom de papel,
Que é da tua boca que renasce a esperança,
Que é no teu colo que sou de novo criança.

11 Comentários:

Blogger fairybondage disse...

Só o título é espectacular!!
O resto é simplesmente lindo!!!

Obrigado por partilhares a poesia das palavras que nascem do silêncio...

Bjs com pó estelar

janeiro 06, 2007 1:11 da manhã  
Blogger o alquimista disse...

No sublime saboreei a tua poesia feita de fel e de mel e embriaguei-m com a profundidade do teu sentir...

Doce beijo

janeiro 06, 2007 6:31 da tarde  
Blogger Pedro disse...

Ele levantou-se, e disse-lhe, por entre o barulho do café a moer-se, anúncios de rádio, e o vozeado da manhã que inundara o café:
- Gosto de ti, por teres escolhido o silêncio.
- E como sabes que foi o silêncio que escolhi?
- Ouvi-te.

janeiro 08, 2007 11:25 da manhã  
Blogger João Filipe Ferreira disse...

está lindissimo..gostei imenso:)
continua sempre a nos encantar com as tuas lindas palavras:)
beijinho:)

janeiro 08, 2007 6:32 da tarde  
Blogger teorias disse...

e às vezes é tão bom termos um pouco de colo... sem palavras... sem nada... só a sensação de aquele apoio aconchegado!

bjs

janeiro 10, 2007 12:09 da tarde  
Blogger ruth ministro disse...

O silêncio é realmente muito inspirador... lindo o teu poema, até hoje, o que mais gostei :) Parabéns.

Beijinhos

janeiro 11, 2007 1:38 da tarde  
Blogger Ponta Solta disse...

Fairy,

Há silêncios que não se podem descrever, então tentei dizer o que alguns significam pra mim;

Alquimista,

É mesmo do mel e do fel de que induscutivelmente somos feitos;

Careca,

As tuas frases são na verdade o espelho de uma realidade que raras vezes se consegue, e por isso adorei-as;

João,

Obrigada!

Teorias,

Sim a sensação é essa mesma, a de não serem precisas palavras, e de o silêncio ser capaz de nos dar colo...

Utzi,

Na mudez, às vezes encontram-se respostas, por mais incómodos que por vezes nos possam parecer os silêncios, acho que, por norma eles conseguem ser verdadeiros.

Obrigados e beijinhos!

janeiro 11, 2007 2:42 da tarde  
Blogger PavlovDoorman disse...

Ser criança em silêncio é rir quando se quer chorar
é correr quando se quer deitar
é passar por aqui quando o tempo não dá...
Belas palavras mais uma vez

janeiro 12, 2007 4:52 da tarde  
Blogger Pedro disse...

"Ama e faz o que quiseres"

... escrito numa parede perdida, algures nos arredores de Paris, por volta de 68.

O tempo precisa de documentos para que não nos esqueçamos.
Nós não!
Temo-nos uns aos outros, para nos lembrarmos quem somos...

"A vida é a hesitação entre uma exclamação e uma interrogação. Na dúvida, há um ponto final."

Bernardino Soares, in O Livro do Desassossego

janeiro 14, 2007 5:39 da tarde  
Blogger O Autor® disse...

Partilho a opinião da Utzi....até hoje o que mais gostei! :)


E acaba em grande, sem dúvida!

Take care

janeiro 16, 2007 5:03 da tarde  
Blogger O Autor® disse...

Ahh já levaste um link no meu blog.... não é que seja grande coisa... mas é o que se arranja :)

janeiro 16, 2007 5:31 da tarde  

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