quarta-feira, dezembro 06, 2006

Amanhãs perpétuos



















Quem sabe o que nos traz o amanhã
Nas suas pétalas decadentes.
Digo muito, em palavras estridentes,
Que o momento é agora,
E digo palavras fervidas
No calor inoportuno de alguma hora,
Mas a seriedade com que te palpo e te tento
Hoje, neste momento,
Mortos os 5 minutos seguintes,
Que ainda não tiveram voz,
Ainda inexistentes na memória,
Que ainda não são história,
Só ressuscitados das mãos para nós,
Se os quisermos e nos deixarem,
Falo sério em se perpetrarem.
Esta seriedade será a loucura de querer
A volitude insana de enterrar
O amanhã no dia de hoje,
Porque nos foge.
E planos traçados,
Sonhos deliberados
Queremos apressar o tempo
Para este momento
Por sabermos que ele existe.
E se o amanhã for triste,
Nunca o saberemos,
Em cada momento perfeito morreremos,
Ressuscitados na aura do momento que se segue,
Para que a eternidade jamais nos negue...




Contexto original da imagem:www.staticflickr.com

2 Comentários:

Blogger Pedro disse...

A aceitação da gratuidade. O milagre inútil. Mas mesmo assim um milagre. Não há pergunta sobre o para quê de uma flor que lhe retire o encantamento. O sentido do ser é o ser. E se nos calássemos?

Vergílio Ferreira

dezembro 07, 2006 2:05 da tarde  
Blogger Ponta Solta disse...

O silêncio é o canto mais perfeito, quando as palavras não descrevem a gratuidade da essência.

É isso mesmo.

dezembro 07, 2006 2:40 da tarde  

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