Pequeno retrato da incompletude

O melhor disfarce
É ver a solidão acomodar-se,
É ser só e estar acompanhada
Para um dia, a alma já preparada
Saber o que em verdade a espera,
E ver que a completude é quimera.
Assim por vezes me separo dos sonhos
Dos sítios para onde só me vi partir,
Pois também que alcançados e risonhos,
Novamente os vejo fugir.
E tenho me reinventar,
Como se inventa a completude indefinível,
Nessa mesma máquina de sonhar,
Pensamento indestrutível.
E não é nada estar completo,
A completude não existe,
É da ambição um projecto,
Ora sonho deliberado, ora plano em dia triste.
Imagem conseguida através da pesquisa do google
14 Comentários:
O magnífico Gabriel Garcia Marquez disse um dia que a felicidade depende de um bom acordo com a solidão! Julgo que, de certa forma, ele tem toda a razão.
De resto, a vida é um reinventar constante de nós mesmos, uma construção inacabada e um desejo constante de que se concretize a construção... coisa que sabemos que jámais se concretizará (é aquela questão do par...o...al, mas não me quero tornar repetitivo)
bjs
Teorias, eu acho graça á tua particularidade do paradoxo (midle name), contigo há sempre um "por outro lado" e vais dando a entender as duas visões.
E uma reinvenção dos sonhos e dos desejos de cada vez que eles se concretizam, para que tenhamos sempre qualquer coisa a que auspiciar, mas o querer mais, será só isso, ter mais algo para alcançar? Eu quero mais de mim, mas às vezes não é fácil conseguirmos superar a nós próprios...
Bjs
Acho graça ao facto de achares graça... mas achar graça não é gostar... gostar é um pouco mais...
Acho graça ao gato da minha vizinha que é quase uma bola... acho graça à miúda que vive ao fundo da minha rua sempre que ela sorri quando nos cruzamos... acho graça à minha tia Graça sempre que ela diz que não está a achar graça nenhuma! Mas gosto daquilo que escreves...
Bom, acho que fiquei a conhecer um lado da susceptibilidade do Senhor Teorias... E achar "castiço", achar giro, achar curioso???
Acho giro que penses que era um ponto susceptível para mim... não é, mas acho graça!
Depois o "Sr." não se aplica... não tenho idade para ser chamado dessa forma (ainda não cheguei aos 30... nem pró ano lá chego :p), mas se o fazes, até acho castiço!
Agora acho curioso o facto da menina ponta solta achar graça a isto tudo... talvez porque a menina ache curioso o facto de o este Sr. ser castiço :p
lol, sendo assim, fico mais descansada, e até que acho graça!!!
Eu não achei castiço ou giro...
Eu achei uma dissertação poética bonita. Para não dizer boa :-)
(lá voltamos ao és tão boa!!! uns meses depois)
Beijocas
Obrigada Marinheiro,
Boa é certamente uma qualificação subjectiva. Eu tenho poucos leitores, mas são bons!
Já estamos a tirar a vez ao Herman!!!
É uma subjectividade com a qual podemos viver.
Penso eu de que.
Há beleza que não reside apenas nos olhos de quem a vê.
E fitamos as tuas palavras todos os dias num misto de amizade e admiração.
E são quentes e são nossas amigas, tuas palavras e por isso bonitas.
Bjs
Marinheiro, és sempre um querido.
Ainda bem que podemos ver na vida, beleza para além daquilo que é "palpável".
Obrigada.
Bjs
A completude é mesmo uma quimera... disso eu tenho a certeza pois tenho tudo e nao tenho nada (que frase a floribela que fiz agora, ena pà! ).
beijos
Albatroz
Não posso dizer melhor do que aquilo que o Teorias já disse no seu primeiro comentário... acho que a vida é um enorme puzzle... temos sempre mais uma peça para encaixar... e a imagem nunca fica completamente definida :)
Beijinhos
Gostei muito, devo dar-te os parabéns.
Belíssimo texto, me sinto na incompletude de comentar. Intenso e o sublime em tua subjetividade!
Amplexos para tí, se me permites virei sempre! Encantado pelo teu espaço!
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