Reflexão curta e óbvia(?)
Ver alguém partir, para a fragilidade acidental emanente ao ser humano, de uma sala num bloco operatório, por mais pequena que seja a intervenção; vê-la na fragilidade disfarçada pela valente pequenez do tempo que lá vai estar, é sempre uma imagem da qual queremos distância ou que julgamos combater com a evidência de quase sabermos que tudo vai correr bem, que nada tem razão para correr mal.
É óbvio nessa altura, em que nos julgamos mais fortes do que somos, que todas a palavras gastas, não se gastaram jamais, que todos os momentos tão intima e docemente guardados, afinal sabem a pouco e queremos mais, que os beijos e as lamechices, deixam de ser qualquer coisa reprovada ou mimalhice infundada, para se mostrarem bem à superfície do olhar tornado turvo na repentina verdade em que se tornaram, ao roçagar uma despedida temporária, mas que leva sempre um aceno, um olhar de que nunca nos vamos esquecer.
O mundo pára minusculamente, sempre que vemos alguém partir, ainda que o saibamos regressar.
É óbvio nessa altura, em que nos julgamos mais fortes do que somos, que todas a palavras gastas, não se gastaram jamais, que todos os momentos tão intima e docemente guardados, afinal sabem a pouco e queremos mais, que os beijos e as lamechices, deixam de ser qualquer coisa reprovada ou mimalhice infundada, para se mostrarem bem à superfície do olhar tornado turvo na repentina verdade em que se tornaram, ao roçagar uma despedida temporária, mas que leva sempre um aceno, um olhar de que nunca nos vamos esquecer.
O mundo pára minusculamente, sempre que vemos alguém partir, ainda que o saibamos regressar.
7 Comentários:
Somos realmente pequenos... e extremamente frágeis! Medos, temos imensos medos... combatê-los... temos muita dificuldade em combatê-los! Não há medo maior do que perder alguém de quem se gosta... sei que isso não irá acontecer contigo, mas percebo o receio que sentes e a reflexão que fazes.
Beijos (porque eles são mesmo para dar... :P)
Acabamos por ter sempre a certeza do quanto somos pequenos, mesmo que seja uma situação contornável, aquela com que nos deparamos.
Felizmente, tudo passa, e o tempo vagarosamente ajuda ao regresso à normalidade e agitação dos dias.
Beijinhos (enviados sempre c/vontade!) aos dois
Olá passei por aqui e achei um encanto o teu espaço, volto se não te importares...
Beijinho
Á vontade alquimista, a porta está aberta... e eu também já conheço o teu espaço, muito especial, e do qual gostei bastante.
Bjs
Pois ...já tive a oportunidade de fazer a reflexão de "ambos os lados da trincheira"! Quer ver alguém partir, quer esteja eu a partir.
O mundo pára realmente...e parece que nos estamos a despedir das pessoas como não as vissemos mais.
Em ambos os casos...um momento que proporciona uma lucidez extrema sobre certos aspectos da condição humana, mas que ao mesmo tempo consegue ser terrível e trazer uma angústia enorme.
Boa reflexão!
Concordo em absoluto contigo. Descreveste esplendidamente esses "momentos"... cujo final ansiamos sempre feliz. Beijinhos
penso ser meu silencio, o melhor comentário a teu post!
Esse estranho silencio que se entranha na hora do adeus...
Um beijo
Paulo
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