Faúlhas

Recordo,
Traço em tintas fugazes
O teu esboço,
Aquele rosto moço,
Que em horas mordazes
Me consumia,
E ardia.
E dessa fogueira extinta
As brasas ainda incandescentes,
Marcaram a pele faminta,
E as memórias insistentes.
De novo a perfídia,
Da tua fotografia acesa
Feita moderna profecia,
Abalante de toda a certeza.
E incendeia,
Lume ateado de mãos,
Irrompido de sorrisos vãos,
Ilusória candeia.
Rosto entretanto apagado,
Lembrado de vez em quando,
Faulhando o coração acinzentado
Em eterno lume brando.
3 Comentários:
adorei. identifico-me com o poema e com as formas que a tua poesia adopta. um blog interessante, sem dúvida.
Obrigada pelo comentário euexisto.
Todos temos as nossas faúlhas, sejam elas de que ordem forem, há sempre uma outra recordação que fica a queimar-nos o coração.
A grande questão é quando a recordação nos toma o dia a dia e somos tentados a julgar que o dia de ontem foi sempre melhor que o de hoje e amanhã...nesse caso a cada batida do coração é como mais um pedaço de carvão para uma sensação que parece interminável...
Vida tu devias ser linear?
Porque não o és?
Beijo
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