quarta-feira, outubro 25, 2006

Marasmo











Mares sem sal,
Doces sem sabor,
Praias sem ondas.

Em mim tombas
Insistente,
Deixando-me dormente,
Em confusos sentidos,
Sem alertas,
Todos perdidos.
O nada me despertas.

Em notas de balancé
Num embalo falso me levas,
Finco-te o pé,
Mas na tua rede me carregas…

Suspiros sem ânsias,
Expirados de balão cheio,
Tanto te receio,
De seres todas as instâncias.

Não há palavras ou palavrões
Que te afastem,
Nem acções que te desgastem,
Como às árvores os trovões.

Há sim, milhões de momentos,
Secularmente repetidos,
Em todos os tempos,
A ludibriar os sentidos.




Contexto original da imagem:www.blogfullmoon.blogs.sapo.pt

7 Comentários:

Blogger teorias disse...

Este poema retrata bem o agustia existêncial... a confusão, os sentidos, os medos, os receios... momentos que deixamos meios... sem sabor, açúcar ou sal

ousemos, pelo menos, sentir...

outubro 26, 2006 3:28 da tarde  
Blogger Ponta Solta disse...

Eu estaria mais inclinada para o retrato dos dias em que se espera por um acontecimento, em que se desespera por uma alteração, qualquer que seja, na ordem natural das coisas, que parecem demasiadamente estáticas e quietas. Em que a sua ordem demasiada nos entorpece, no inquieta, nos deixa confusos, pela razão de não saber o que se pretende, mas sabendo que se pretende que haja qq coisa mais...

No caso a angústia existencial, de querer existir e participar...

outubro 27, 2006 12:45 da tarde  
Blogger Luiz Carlos Reis disse...

O desânimo...pra quê!?!?!? O marasmo foi encoberto pela grandeza lírica e métrica das palavras de tua poesia.
Belo e sublime! Quero voltar!
Abraços do Oficina!

outubro 27, 2006 4:04 da tarde  
Blogger Luiz Carlos Reis disse...

Me amarrei no eu cantinho!!!
Abraços!

outubro 27, 2006 4:05 da tarde  
Blogger Ponta Solta disse...

Que o fim de semana, traga sal e tempere o gosto adormecido, que traga açucar(não são precisos os morangos!) e adoce os dois curtos dias tão intensamente qto possível!

Obrigada pela visita Luís Carlos!

outubro 27, 2006 4:36 da tarde  
Blogger fairybondage disse...

Ás vezes o sal da nossa vida
é essa incerteza repetida
de algo que nos move
e que não nos faz feliz
da ausência
da saudade
nascem palavras que
compomos
com amor
desamor
ou ansiedade
e poesias crescem no
nosso jardim
de linhas e papel...
recheadas de sal
e fel
ás vezes...
Bjs

outubro 27, 2006 11:22 da tarde  
Blogger ruth ministro disse...

Percebo-te... sinto as tuas palavras, hoje mais do que nunca. Lindo poema, este.
Mil beijos das nuvens :)

outubro 31, 2006 11:02 da manhã  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial