segunda-feira, setembro 25, 2006

Areias da noite

















Vou colhendo
As areias cintilantes da noite,
E o manto nocturno
Vem estendendo-se sobre mim.

Surge o infinito
Do canto do olhar,
A solidão lunar magoada
Quebrou-se
E tomou as minhas mãos abertas
Percorrendo as ruas.

Perscruto os sorrisos das coisas
Que estão guardados secretamente
Como gente que se esconde.

Encontro-me no âmago da sombra,
Também escondida,
Para quem passa sem me ver.

Um dia,
Eu hei-de renascer em cada olhar,
Qual flor brotando,
E desabrochando,
E Sorver do ar
O que antes fora
Um pensamento vagueando.


E vou colhendo as estrelas
Das beiras das estradas
Velando o luar sozinho,
E vou percorrendo as ruelas,
Traçando escadas,
Fazendo o caminho.

E a nostálgica solidão
Dos nascentes e poentes
Que se quebra num olhar,
Permanece no coração,
Enquanto as mãos dormentes,
Não sentirem o calor
Das estrelas a queimar.


Contexto original da imagem: www.indoleromantica.blogs.sapo



0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial