Areias da noite

Vou colhendo
As areias cintilantes da noite,
E o manto nocturno
Vem estendendo-se sobre mim.
Surge o infinito
Do canto do olhar,
A solidão lunar magoada
Quebrou-se
E tomou as minhas mãos abertas
Percorrendo as ruas.
Perscruto os sorrisos das coisas
Que estão guardados secretamente
Como gente que se esconde.
Encontro-me no âmago da sombra,
Também escondida,
Para quem passa sem me ver.
Um dia,
Eu hei-de renascer em cada olhar,
Qual flor brotando,
E desabrochando,
E Sorver do ar
O que antes fora
Um pensamento vagueando.
E vou colhendo as estrelas
Das beiras das estradas
Velando o luar sozinho,
E vou percorrendo as ruelas,
Traçando escadas,
Fazendo o caminho.
E a nostálgica solidão
Dos nascentes e poentes
Que se quebra num olhar,
Permanece no coração,
Enquanto as mãos dormentes,
Não sentirem o calor
Das estrelas a queimar.
Contexto original da imagem: www.indoleromantica.blogs.sapo
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