
Sentei-me na sombra.
Esperei a calmaria
Do sorriso das marés
E veio sobre mim
A maresia desconcertante
Da nostalgia das coisas.
E ela sorriu de volta
Sentada comigo,
Trazida no colo
E firmemente abraçada
Em braços confusos,
Entre o abraço,
E o desembaraço
Das coisas inúteis de que se gosta.
Abri o armário entaipado,
E muito gasto dos sonhos
E procurei a gaveta da nostalgia
Que de repente vi estar cheia
E transbordar
Até aparecer no marulhar gritante.
Ergui-me e deixei-a cair
Numa torrente flutuante,
Entre a face e as marés,
Entre as areias e os pés.
E enquanto o sol me aquece
Eu esqueço a inutilidade
Agarrada nos braços,
Disfarçando os meus cansaços.
E procuro a sombra
A saber a maresia,
Até que as águas se vertam
E deixem ao largo a nostalgia.
Contexto original da imagem: www.galerias.escritacomluz.com
4 Comentários:
Muito poético, o seu blog.A sensibilidade é muito importante para as pessoas poderem interagir melhor no mundo em que vivemos.Gostei muito de suas poesias.Um grande abraço.
Lindo, como tu :-)
estàs apaixonado marinheiro??? Se sim tens razão é uma mulher fantastica.....
Albatroz
Obrigada pelo comentário meu brasil.
Aparece sempre.
A sensibilidade é o que nos marca e nos torna diferentes dentro da espécie.
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial