quinta-feira, setembro 07, 2006

















Sentei-me na sombra.
Esperei a calmaria
Do sorriso das marés
E veio sobre mim
A maresia desconcertante
Da nostalgia das coisas.

E ela sorriu de volta
Sentada comigo,
Trazida no colo
E firmemente abraçada
Em braços confusos,
Entre o abraço,
E o desembaraço
Das coisas inúteis de que se gosta.

Abri o armário entaipado,
E muito gasto dos sonhos
E procurei a gaveta da nostalgia
Que de repente vi estar cheia
E transbordar
Até aparecer no marulhar gritante.

Ergui-me e deixei-a cair
Numa torrente flutuante,
Entre a face e as marés,
Entre as areias e os pés.

E enquanto o sol me aquece
Eu esqueço a inutilidade
Agarrada nos braços,
Disfarçando os meus cansaços.

E procuro a sombra
A saber a maresia,
Até que as águas se vertam
E deixem ao largo a nostalgia.



Contexto original da imagem: www.galerias.escritacomluz.com

4 Comentários:

Blogger Valdi Bs11 disse...

Muito poético, o seu blog.A sensibilidade é muito importante para as pessoas poderem interagir melhor no mundo em que vivemos.Gostei muito de suas poesias.Um grande abraço.

setembro 07, 2006 6:04 da tarde  
Blogger Marinheiro disse...

Lindo, como tu :-)

setembro 07, 2006 6:56 da tarde  
Anonymous Anónimo disse...

estàs apaixonado marinheiro??? Se sim tens razão é uma mulher fantastica.....

Albatroz

setembro 11, 2006 1:12 da tarde  
Blogger Ponta Solta disse...

Obrigada pelo comentário meu brasil.

Aparece sempre.

A sensibilidade é o que nos marca e nos torna diferentes dentro da espécie.

setembro 14, 2006 12:59 da tarde  

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