sexta-feira, setembro 08, 2006

Meu murmúrio

Abro a janela do meu quarto
Na noite clara.
O meu corpo fresco
Assaltado pelo vento,
Chama esse cheiro desatento do teu.

Devaneio e vou para longe,
Nas asas que me deu a pele.
Já há muito que estou junto a ti,
Mas sempre perto demais.

Na insanidade em que me trazes
Abro-te também todas as portas.
Escancaro-te o meu ser;
És invasor sem Poder.

O desejo não chega,
Vai para além dele
Toda essa virilidade que não quero.
Quero a pele sorvida devagar,
Em tragos de matar a sede,
Mas sem saciá-la.
Quero fome de mil dias,
Mas paladar de provador a quebrá-la.

Não quero a explosão que carregas,
Estrelas cadentes que desmaiam e se evaporam,
Dá-me as tuas mãos dormentes,
E tomá-las-ei, quentes.

Tenho fogo e não explosão,
Que tudo acaba e começa.
Ter-te assim tão depressa,
Perde-te no trilho que dá ao coração.

Não te prometo, não te juro,
Murmuro, em língua desconhecida
O mapa na minha pele, da nossa vida

2 Comentários:

Blogger fairybondage disse...

O fio condutor do desejo... leva-nos muitas vezes de volta a nós... Lindo!!!

setembro 16, 2006 7:34 da tarde  
Blogger Ponta Solta disse...

O desejo, essa veloz melodia a resoar no corpo e nos sentidos.

Ousaria dizer que é com ele que começam as coisas. É a vontade de... que maiormente nos move, e é parte integrante de nós!

Obrigada pela visita!

setembro 18, 2006 12:44 da tarde  

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