Dor de/vida
Dói-me a vida que trespassa os dias,
E sei, inconscientemente,
Que essas feridas frias
São cantar de morte intermitente.
E é de todos o saber
Que a cura se aproxima,
E que depois de morrer,
A dor não se reanima.
Doem os dias mutilados
As janelas cerradas para ontem,
Doem os minutos atulhados,
Que na memória se encolhem.
E dói, docemente interrompida,
Por cada alento cicatrizante,
Em que se contorna a ferida,
E se faz ânimo desarmante.
E dói, insistência continuada
A par da parca percepção,
Que só depois de roubada,
A dor teve razão.
E sei, inconscientemente,
Que essas feridas frias
São cantar de morte intermitente.
E é de todos o saber
Que a cura se aproxima,
E que depois de morrer,
A dor não se reanima.
Doem os dias mutilados
As janelas cerradas para ontem,
Doem os minutos atulhados,
Que na memória se encolhem.
E dói, docemente interrompida,
Por cada alento cicatrizante,
Em que se contorna a ferida,
E se faz ânimo desarmante.
E dói, insistência continuada
A par da parca percepção,
Que só depois de roubada,
A dor teve razão.
5 Comentários:
Acho que a dor se vestiu de poesia nas tuas palavras e se tornou bela de/mais!... Bjs
Acho que é uma maneira de engrandecer a vida. Sabemos que ela doi, mas enquanto doer estamos vivos!
Bjs
Ora aí está uma forma de encarar a dor de um modo positivo. Para mim, a dor, pode ser bastante positiva, na medida que permite desenvolvimento. Sem dor, crise e sofrimento não há desenvolvimento! Mas é tão desconfortável ter de passar por ela...
Como diria alguém que não sei quem "não há sucesso sem dor".
Não podia concordar mais, nós queixamo-nos dela, mas o facto é que qd a ultrapassamos, estamos mais fortes, aprendemos mais e ultrapassamos tb, mais um estádio da sobrevivência.
Isto é a dor da vida, de um modo generalizado. A dor gravemente física não a abordei sequer, e felizmente, não posso falar dela. A dor permanente fisicamente é uma coisa que me assusta deveras.
A maior parte das pessoas não consegue encarar a dor como algo positivo (e percebesse bem porquê). Mas uma pessoa, muito provávelmente com formação na área das ciências sociais, compreende com mais facilidade. Claro que não existe comparação entre dor física e a dor emocional/psicológica... sem dúvida nenhuma que a primeira é muito má e não cria o tal desenvolvimento de que falamos. A segunda permite o desenvolvimento... mas também é gigantescamente assustadora!
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