sexta-feira, maio 11, 2007

Abstracções













Longe estão os momentos perseguidos
E erguem-se agora com os barcos na neblina,
Fantasmas dos futuros intangidos,
Como outrora uma cigana leu na minha sina,

Perpétuos só os ventos, os campos e a terra,
Insidiosos os tormentos pressagiantes da quimera,
Em que na Terra os vivia na insistência perseguida
Em que construía de torpes sonhos a minha vida.

Mas desenhou-se nos dias e na noite obscura
Uma abstracção dessa mesma pintura,
Um desvio à norma erigida,

Mas como nem só de sonhos se vive a vida
E os fantasmas vêem e por fim voltam
Como os dias que as noites cortam.


(O quadro dispensa apresentações
embora não sirva propriamente
para engradecer o que se revelou
um soneto frustrado)

terça-feira, maio 08, 2007

A coisa certa...

O que é fazer a coisa certa?
A razão anda do lado de quem a tem... Mas quem a tem?
Por vezes, por motivos de ética profissional, ou outro tipo de ética, somos impelidos a tomar decisões, ou melhor, somos forçados a agir em conformidade com ordens superiores... se bem que essas nem sempre tenham a melhor ética, ou sejam representativas da maior das justiças.
A coisa certa será sermos fieis aos nossos princípios e ignorar toda a conjectura que se reuniu à nossa volta???
Ou será simplesmente partir do princípio que enquanto no patamar inferior devemos cingir-nos a todas as indicações hierárquicas que partem obviamente de cima???
A mistura de ambas as coisas, na tomada da decisão certa, não parece a coisa mais viável, até porque pode dar em asneira... Mas é um mundo cão em que vivemos... Embora uns só ladrem, e outros mordam mesmo...
Às vezes, até que apetece mesmo ganir...